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Idéias, filosofias, definições e pensamentos gerais. Teorias científicas ou não, aqui vamos nós.

Friday, April 06, 2007

No Governo do Prejuízo.


Seguindo a linha do título passado que falava sobre Lucro (ganho x tempo), me senti na obrigação de comentar sobre o Prejuízo (perda x tempo) e na entidade que, na minha opinião é a "coisa" mais causadora de prejuízo para todos: o Governo Brasilieiro (que é formado por três podêres: Executivo, Legislativo e o Judiciário - o chefe do poder Executivo é o Presidente da República, acumulando as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo).

Mas antes de entrarmos nestes absurdos que constituem as instituições públicas no Brasil, entremos na análise de Prejuízo.


Da mesma forma que lucro pode ser classificado como ganho x tempo (e sua abrangência pode ser definida não apenas no aspecto financeiro, mas em todas as formas de "ganhos" que temos na vida) o prejuízo também pode ser classificado como perda x tempo (e não apenas perdas financeiras diretas, mas todas as coisas que perdemos na vida). Ou mesmo, podemos ainda dizer que prejuízo é tudo aquilo que não ganhamos (não sendo apenas a antítese de lucro, mas considerando também as coisas nulas - que não nos geram nada e, com uma visão abrangente, nos levam o tempo que poderiamos estar utlizando para ganhar algo). A visão mais "light" ou abrangente de prejuízo está à critério de todos, assim como tudo mais na vida!


Acredito que para explicar o prejuízo não há nada melhor que o Governo Brasileiro. Nada causa tanto prejuízo a todos (inclusive as pessoas do próprio Governo, que por falta de educação e visão não enxergam isso) do que a máquina do Governo como um todo. A intenção aqui não é falar mal da administração Petista ou PSDBista, mas deixar claro o tanto de prejuízo que nós levamos com todos os governantes brasileiro em todas as suas esferas (municipais, estaduais e federais), independentes do partido político (que uma vez no poder, seguem a mesma cartilha).

A base humana do governo brasileiro é os próprios brasileiros (os que elegem, os eleitos e os funcionários públicos).
Claro que toda a regra tem suas excessões, mesmo que nestes casos sejam mínimas. Mas vamos a eles:


Os que Elegem.

Nosso país é constuído por mais de 170 milhões de habitantes, com 115,3 milhões de eleitores aptos a votar (saiba mais). Com isso, o grande poder do Brasil está na mão das decisões coletivas e não apenas na mão de poucos. Porém, boa parte da população não tem educação ou tem uma educação de muito baixa qualidade. Por causa disto, os formadores de opinião (leia-se: canais de mídia) são de grande importância para a eleição ou rejeição de candidatos (devido a ausência de cultura suficiente para que um consiga ler sobre o candidato, ter uma opinião madura sobre quais os caminhos a tomar no futuro, políticas, ideologías, etc.). Por isso, frases de efeito
, jargões fortes e pessoas sem cultura com "a cara do povo" ganham eleições (em canal de mídia ganha-se quem faz mais marketing, não quem tem melhores propostas profissionais). O resultado prático disso nos leva a dois pontos que nos trazem prejuízos claros e diretos:

1° - Precisamos de administradores públicos para administrar a máquina pública e não campanhas de marketing. Ex: o nosso atual Presidente Lula não tinha a menor noção do que fazer na crise do apagão aéreo, pois, não conhecia o problema (como ele mesmo já disse que não gosta de ler), tomou uma decisão totalmente errada (ao quebrar a hierarquia do Exército, um dos pilares militares) por não conhecer como funciona o Exército e, depois, voltou atrás rap
idamente pois o Comandante da Aeronáutica ia pedir seu afastamento no STF, devido a suas ações incostitucionais. Prejuízo = o problema já havia aparecido a 6 meses atrás, mas por ingerência (o Presidente não saber o que fazer), nada mudou e nada mudará. Situações que requerem administração, se não forem geridas por administradores, raramente serão resolvidas (parece lógico até aqui). Você contrataria uma pessoa para comandar sua empresa sem antes olhar suas qualificações? Você contrataria uma pessoa que nunca dirigiu antes para ser seu motorista particular? Bem, para Presidente da República contratamos.
Exemplo prático da crise: Você não viaja; várias industrias (ligadas a sua viagem) não tem receita; fecham ou diminuem; despedem funcionários (brasileiros); que ficam sem renda; não investem em coisas ao seu redor (como uma melhor educação dos seus filhos); que tem menos oportunidades; etc.


- Precisamos de iniciativas que incentivem a produção, educação através da responsabilidade de todos e inserção social completa. Exemplo: Temos o maravilhoso Bolsa-Família. Ganha-se uma ajuda do governo pelo simples fato de ter ser classificado como pobre e não ter emprego formal. Isto é literalmente ganhado, pois nada é pedido em troca (em termos produtivos), apenas os comprovantes de "pobreza" e ausência de renda. Com isso você estanca o problema da fome a curto prazo, mas n
ão resolve o problema como um todo (como soprar um corte fundo no seu pescoço, dando alívio imediato). Pelo fato de não ter acesso a nada (que os governos - anteriores e atuais - não proporcionarão) para estes cidadãos, os outros cidadãos que produzem são obrigados a sustentar, ad-eterno, os brasileiros que não produzem (pois, sem inserção social como educação formal, educação profissional, criação de oportunidades através de incentivos diversos, eles não vão produzir nunca). Cria-se então, um certo comodismo nas famílias que recebem o bolsa-família. Elas não tem oportunidade de produzir, não produzem, se produzirem perdem o ganho do programa social, então não produzem nem a força. Prejuízo: A sociedade produtiva tem de pagar mais impostos sem benefício algum para eles, a sociedade improdutiva (que recebe o benefício) não tem nenhum tipo de inserção social, ou seja, não produz e nem vai produzir (mas isto, na prática, dá votos fácil para quem é o "Pai" ou "Padrasto" do programa). Não é visto pelos políticos que, a longo prazo, estas pessoas que não serão incluídas socialmente (principalmente pela educação) poderão, por não saber melhor, assaltar a própria família destes políticos (mas como fazer uma pessoa sem educação formal ver isso? Se pessoas educadas - a famosa "elite" - não conseguem ver).

Os Eleitos.
Os eleitos não conseguem visualizar que, seu trabalho é na verdade (e unicamente), servir o povo e não ao contrário.

Exemplo: votei no candidato a Deputado Federal Arnaldo Madeira, do PSDB, para sua reeleição. Olhei seu currículo no site Transparência Brasil, mandei e-mails para seus assessores de campanha, com perguntas práticas sobre ele e suas ideologías e fui respondido prontamente. Após a eleição fui, com grande satisfação, ver que ele havia sido eleito. Mandei um e-mail para lembrá-lo que agora eu acompanharei sua vida política e que ele está lá para servir meus interesses (assim como de todos que o elegeram). Não obtive resposta. Mandei outro e-mail perguntando se ele havia recebido o e-mail, não obtive resposta. Mandei outro e-mail cobrando a atenção do candidato que eu havia elegido, não obtive resposta. Liguei para saber o que estava acontecendo, após explicar o caso para um de seus assessores, foi dito que era para eu mandar um e-mail e bateram o telefone na minha cara. Meu Prejuízo: votei em uma pessoa que não tem o interesse em me representar (fui enganado através de sua propaganda), e que, provavelmente, está pouco somando para a população em geral. Prejuízo do candidato: ele não mais receberá meu voto e nem das pessoas que lerem este artigo (espero).

Como nosso amigo ai em cima, a maior parte dos políticos hoje sabem que, para se elegerem precisam de marketing, mas após eleitos eles não precisam de mais nada. Terão seus salários gordos e verbas voando para todos os lados para poder fazerem o que quiser, sem dar satisfação a ninguem. E acredito que se eu encontrar o político que eu elegi (o Ilmo Sr. Dr. Dep. Fed. Arnaldo de Abreu Madeira) e perguntar para ele por que ele não me responde sou capaz de eu ir preso por "desacato a autoridade" (mas se encontrar pergunto assim mesmo). Desacato a autoridade. Como o nosso amigo ai em cima não sabe que, lucro é ganho x tempo, ele, provavelmente não vai ficar outro mandato ganhando seu salário e benefícios gordos, apesar de este ser seu segundo mandato. Não sabe que, os políticos que seguirem seu exemplo vão desrespeitar alguém que seja um ente querido dele quando ligar para pedir uma atenção mínima, entre outras coisas que ele deve estar fazendo que eu sinceramente não sei (como disse, ele não me responde). O prejuízo, meu caro Deputado Federal Arnaldo de Abreu Madeira, é nosso (escrevendo isso até sinto um certo conforto, mas passa).
Acredito que a solução prática para isso é todos nós que elegemos alguém, encher o saco desta pessoa para que ela pense bem antes de fazer qualquer coisa. O meu candidato acima está sendo vigiado de perto. Toda semana busco informações sobre ele e seus atos. Seu voto é tudo que se tem, então, cobre-o depois de dado.

Funcionalismo (ou não-funcionalismo) público.
Quantas vezes você não escutou um amigo falar: "Eu vou prestar concurso público por que ganha um ótimo salário, não é mandado embora nunca e o trabalho é tranqüilo!" - ou algo parecido. O intuito da maior parte dos funcionários públicos é, altos salários, segurança e pouco trabalho. Ele busca o lucro imediato para ele e o prejuízo a longo prazo para o filho e seus familiares (fora o prejuízo imediato que ele causa para a sociedade). Um funcionário público ineficiênte (e a maior parte é - o resultado prático disso é a ausência de resultados da instituições públicas apesar de seu alto custo) custa para nós, da iniciativa privada (pagadores de impostos). Custa de várias formas. Não temos o luxo de simplesmente não termos resultados. Se um funcionário de uma empresa privada tem uma produtividade baixa ele é mandado embora. No caso das instituições públicas isso não acontece. A produção de cada funcionário é baixissima e, para que isso se resolva, contrata-se mais gente e aumenta-se o imposto (para que mais pessoas produzam - se é que produzem, em alguns casos - o que normalmente é feito por um sistema ou poucas pessoas nas instituições privadas). É como se uma empresa privada, ao descobrir que tem uma área ineficiente, aumenta o seu tamanho para ver se conseguiria o resultado esperado e repassasse o preço aos clientes. Dá para imaginar o que aconteceria com esta empresa privada?
O resultado prático disso é que temos de pagar mais impostos para não termos a assistência das instituições públicas que deveriamos ter.

Exemplo1: pagamos impostos para termos proteção; a polícia não nos protege integralmente; contratamos seguranças para nos proteger. Resultado = pagamos duas vezes pela mesma coisa.

Exemplo2: pagamos impostos para termos assistência de saúde; não vou nem comentar a situação da saúde pública no Brasil; temos que pagar plano de saúde ou usar instituições privadas. Resultado = pagamos duas vezes a mesma coisa.

Exemplo3: Quando precisamos fazer alguma coisa em um orgão público, é tão complicado que precisamos de uma trabalho especializado para nos auxiliar (despachante, contador, etc.). Sem eles, os funcionários públicos (não consigo imaginar o por quê) não executam o trabalho necessário. Resultado = pagamos duas vezes pela mesma coisa.

Exemplo4: pagamos impostos para que o governo nos dê um monte de serviços necessários para regrar nossas operações, como a aplicação da lei. Porém, além de um processo ficar por um tempo muito longo nos "tramites da lei" gerando improdutividade para nós, a decisão dos juízes é totalmente baseada na interpretação pessoal de cada um de acordo com a lei. Ou seja, entramos com uma causa, sem saber quanto tempo e dinheiro perderemos com isso e rezando para que o juíz interprete a lei a nosso favor. E o que é ainda melhor, se encontramos um juíz no ambiente social, ele, pelo fato de ter a carteira de juíz, se sente superior a nós. Resultado = pagamos por um serviço que não temos e, em uma situação similar a dos Senhores Feudais, temos que ficar submissos aos funcionários públicos caso eles cheguem perto de nós. Temos de produzir para sustentá-los e somos rebaixados socialmente por eles (através do seu "poder" sobre nós).

Ok, muitas pessoas podem dizer que não, que isso não acontece. Ora, sejamos honestos, quantas vezes já não se ouviu falar disso através de pessoas diretamente ligadas ou você não passou por isso? Quantas vezes não foi humilhado em batidas policiais, viu funcionários públicos (juízes, promotores, delegados, etc.) serem tratados de forma melhor que você, pelo simples fato de serem funcionários públicos (ou terem o "poder" de "punir" você nas mãos deles).

Tudo que foi citado acima só nos gera prejuízos (inclusive aos funcionários públicos, acreditem). Os funcionários públicos que não trabalham ou mesmo que são corruptos (não estou dizendo que existe funcionários públicos corruptos no Brasil, mas se existisse seria assim) não enchergam que quando não forem mais funcionários públicos e necessitarem de algum serviço de sua antiga função terão deixado o seu legado "podre" para trás e, portanto, serão prejudicados (seja ele próprio ou sua esposa, filha, filho, mãe, irmão, irmã, amigo querido, etc.). O que ele gera para a sociedade, para si e também para seus entes queridos é um prejuízo absoluto, que ele, diretamente, pagará por isso. Infelizmente ele só se educou para passar na "prova do concurso público" e não tem a mínima noção de cidadania. Outra situação é a seguinte: Não necessariamente um juíz (ou policial, delegado, promotor, etc.) terá um(a) filho(a) que será juíz(a). A sua cultura de humilhar (ou mesmo tirar proveito com a sua carteira funcional) um cidadão comum (que diga-se de passagem, que paga o salário do funcionário público através de impostos) incentivará que outros colegas de trabalho também o façam. Então, muito provavelmente, quando seu filho (ou filha, esposa, mãe, pai, amigos queridos) estiver em um ambiente onde o pai não esteja, outro funcionário público com a mesma cultura o humilhará. Eu não posso pensar em nenhuma situação que me faça querer que meu filho (ou pessoas queridas) sejam humilhados. O fato simples é: pela falta de cidadania e respeito ao próximo, este funcionário público está tendo uma vantagem imediata e gerando um problema para todos a sua volta (se não gerar para ele mesmo, pois se encontrar um funcionário com a mesma cultura de humilhar que a dele porém, com um cargo mais alto, será duplamente humilhado - pela pessoa e pela situação em si). Mas denovo, ele estudou muito para passar na prova, cidadania não era um item da prova, nem respeito a quem paga seu salário com o suor do rosto através dos impostos.

Nestes exemplos acima quem perde somos todos nós, é prejuízo gerando prejuízo.

A única coisa que posso posso pensar para solucionar estes ciclos de prejuízos em massa no Brasil é um mundo novo de cultura viva (sim, isto é uma propaganda direta da ONG Mundo Novo da Cultura VIVA). Apesar de não ter uma ligação com ela simpatizo com sua ideologia totalmente.

Temos de salientar os prejuízos insistivamente, para que possamos ficar tão incomodados com eles que nos leve a mudar, a lutar por algo que seja lucrativo para todos. Por isso, creio, que este texto é o mais longo de todos neste blog (e tem que ser).

Temos hoje a necessidade urgente de quebrar este grande círculo de prejuízo (ciclo vicioso) que se formou no Brasil, para entrar no círculo do lucro (ciclo virtuoso). Acredito que só o faremos na descoberta de nossos medos, medos de não nos educarmos como deveriamos e evoluirmos juntos, e não de forma gananciosa.

Os ciclos (vicioso e virtuoso) serão o próximo tema.