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Idéias, filosofias, definições e pensamentos gerais. Teorias científicas ou não, aqui vamos nós.

Friday, March 30, 2007

Totalmente lucrativo.


A grande pergunta da humanidade: O que viemos fazer na Terra? Ou ainda: Qual é o objetivo da vida? Destas dúvidas podemos ainda extrair várias perguntas relacionadas ao tema (De onde viemos? Para onde vamos? etc.).

Não gosto de definições abertas e vagas, mas acredito que, o grande objetivo de nossas vidas é o lucro. Vou desenvolver mais o raciocínio.

Lucro vem do latim "Lucrum" s.m: ganho, proveito, interesse, utilidade, vantagem, ex.
excesso da receita sobre os gastos de uma firma.
Lucrar:
do latim "lucrare ou lucrari" s.m.: tirar lucro de, ganhar, beneficiar, ter vantagem, ter interesse. ver mais.

Por mais que esta afirmação pareça óbvia, não é. Muita gente busca ganhos (financeiros, emocionais, pessoais, etc.) mas não lucro.

Um rápido exemplo de lucro financeiro: todo mundo sempre fala que quer (ou precisa de) dinheiro, e que dinheiro resolveria a vida: "pois com X reais eu faria isso, compraria aquilo, etc.". Mas na verdade, ganhar muito dinheiro não quer dizer necessariamente lucro. Na minha opinião, lucro é igual a dinheiro multiplicado por tempo (ou melhor, ganho x tempo). Basicamente, se você ganhar R$ 50.000,00 uma vez na vida ou você ganhar R$ 50,00 todo dia, em 3 anos (50 x 30 x 12 x 3 = 54.000), você terá ganhado mais que cinqüenta mil reais, sem contar os anos que estão por vir (se você manter este ganho por 5 anos sem crescimento algum, ganhará 90.000). Então eu quero 50 reais todo dia na minha vida ao invés de 50.000 uma única vez (ou seja, não quero dinheiro, quero lucro financeiro (dinheiro x tempo).
Ao invés de você fazer um negócio milionário pontual, faça um negócio que traga uma receita líquida constante e cresça esta receita constante que você ganhará muito mais e de forma mais sólida, madura e lucrativa. Isto é lucro.

Com esta lógica, o crime não compensa. Atos criminosos e de má fé fazem com que você seja mal visto e tenha uma única oportunidade de ganhar algo. Exemplo: se você age de má fé durante um negócio muito provavelmente será mau visto e não sentará mais para fazer negócios com estas ou outras pessoas que ficarem sabendo do que houve. Ou seja, você vai ganhar uma vez só. E, como falamos, lucro = ganho x tempo. Por isso, ser desonesto, agir de má fé ou cometer crimes (em locais onde a civilização é avançada, pelo menos), não compensa.

Mas não vamos nos ater apenas a lucro financeiro, pois este é o mais fácil de visualizar. Vamos falar de lucro de forma geral. A palavra lucro está divida em várias categorias (financeiro, emocional, de conhecimento, etc. - quanto mais você quiser definir), porém, acredito que todas se interligam diretamente. A melhor forma de demonstrar isso é através de investimentos sociais.

Investimentos sociais (conceitos de socialmedia).


Não há nada mais lucrativo do que atos de caridade. Ao participar disto você lucra de diversas formas. Vamos lá: ao doar dinheiro para uma instituição de caridade você está ajudando algumas pessoas a terem um futuro melhor através de uma oportunidade melhor (principalmente, na minha opinião, através da educação). No futuro você poderá precisar da assistência profissional destas pessoas, tê-las como clientes, etc. Estas pessoas terão uma maior base moral pois serão mais educadas (alimentadas, informadas,
civilizadas, ou seja, inseridas socialmente), e, provavelmente, terão mais receio de cometerem um ato ilícito. Se até aqui você não acha que você está lucrando muito então pense da forma mais simples e direta possível: deduza a ajuda do seu imposto de renda e escreva no seu currículo que você contribui com a Instituição X (no Ajuda Brasil tem muitas instituições para você escolher). Mais lucrativo que isso acredito que poucas coisas são: você não pôs a mão no bolso (pois deduziu do que pode contribuir do seu IR, qualquer bom contador sabe te ajudar nisso), ajudou a sociedade, colocou no seu currículo e criou uma boa imagem de você mesmo (você, diretamente, está lucrando).
Então, Fale com seu contador, eu falaria!

Sim, tudo parece óbvio depois que alguém fala, mas pense com calma: se é tão óbvio assim então também é óbvio que você já está fazendo isto, não é? Óbvio!

Há inúmeras formas e configurações de atividades que podemos pensar e executar que trazem lucro (comprar uma bolacha na venda local, doar livros, lutar para que sua empresa lucre e assim você lucra também oferecendo mais oportunidades às pessoas a sua volta, doar uma parte do imposto para projetos sociais sérios, se educar para ser uma pessoa melhor, ser cliente fiel de uma empresa honesta, etc.). Cabe a cada um planejar o lucro que quer ter e quer oferecer (para uma relação bem sucedida pense no seu lucro e no lucro da outra parte, com isso você terá sempre uma atividade saudável).

Acredito que, se balizarmos tudo na vida através deste conceito de lucro (até as atividades sociais), vencemos e nos tornamos pessoas mais interessantes. Não precisamos ter a culpa Católica do lucro! (ex: "Poxa hein João, tá rico hein!?! Carrão, casa na praia, tá podendo hein!" - Resposta Adequada: "Sim, estou e ainda pretendo ganhar muito mais, por que devo ter vergonha de ganhar dinheiro na vida, se for com o esforço honesto do meu trabalho?"). Temos, culturalmente, a tendência de ter culpa sobre o lucro, ao contrário de outros povos e culturas. A palavra lucrum em latim vem de logro, que quer dizer roubo, apropriação (conveniente para as épocas romanas onde, o empregado só ficava com o que ele precisava para seu consumo e sobrevivência e, caso tivesse algo a mais que isso provavelmente havia roubado). Por outro lado, a palavra "profit" (lucro em inglês) quer dizer adiquirir ganhos atavés de negócios, educação, sabedoria, interesses e vantagens.

Nossa culpa de termos lucro é algo que temos que lutar em nossa cultura, psicoanaliticamente falando (lutar contra isso dentro do nossos seres). Temos que querer buscar o lucro e querer fazer com que pessoas a nossa volta tenham lucro. O lucro honesto de todas as formas é saudável e deve ser buscado sempre!


Pois mais que tudo acima seja óbvio, existem várias atividades causadoras de prejuízo que são aplicadas hoje, onde as pessoas vêem o benefício imediato sem pensar no longo prazo - lucro (ganho sem o "x tempo):


Ex1: O plano de benefícios financeiros da empresa não é amplo e não beneficia a todos (somente a área comercial), e como diz Taylor, por que trabalhar mais se você nunca vai ganhar por isso (óbvio né? foi escrito em 1917 e raramente é aplicado aqui no Brasil);

Ex2: A empresa não deixa os estagiários estudarem na mesa de trabalho, os remunera menos que o valor da mensalidade da faculdade e incentivam a matar aula para fazer tarefas da empresa (apesar de sabermos que o foco de ter estagiários é construir um profissional para o futuro educando-o e não ter um funcionário de baixo custo) - pense que estágio é uma forma lucrativa de formar um profissional que terá um know-how da empresa e, quando estiver com seu diploma na mão, além de especializado, terá um vasto know-how para contribuir nos processos profissionais aplicados. Ou seja, o melhor a fazer com eles é incentivar seus estudos;


Ex3: O ambiente interno da empresa é insalubre, com móveis velhos que geram sentimentos ruins e aumentam o esforço de atividades cotidianas - ao invés de incentivar o funcionário a trabalhar com mais prazer e com menor esforço (maior eficiência);

Etc.


Bem, existem também inúmeras situações que fazemos com foco em dinheiro e não lucro (e falamos que isto é lucro pois diminuimos o custo imediato). Não focamos em ter uma receita líquida que aumente com segurança e solidez (ganho x tempo).

Para mudar isso devemos fazer uma "análise de divã" para identificar a origem de nossas culpas, inseguranças e medos, superá-los e buscarmos o nosso lucro de forma geral, honesta e sólida.

Por isso que agora (e acreditem em mim) eu lhes digo que escrevi este texto com foco exclusívo em sua lucratividade. Por que se todos que o lerem e aplicarem em suas vidas, eu lucrarei muito com isso (de diversas formas), assim como todos nos iremos!

obs: e não tenho a mínima vergonha de dizer isso!



Monday, March 26, 2007

O Mundo é Plano... mas eu não!


Sempre vemos notícias sobre quanto o mundo está globalizado e a tendência é não mais existir fronteiras entre as operações. São pessoas que estão em locais distantes (outros países) e conseguem efetuar transações onde a localização física não importa (ver o blog powebits). Isso nos tem gerado uma grande excitação e uma necessidade (além do status quo) de dizer que estamos no mundo globalizado e como é superior nossa operação pelo fato que nosso negócio está disponível em todo lugar do mundo a qualquer hora. Mas globalização é um pouco mais que simplesmente fazer transações de “além-mar”.


Acredito até que me incluo entre os globalizados", por assim dizer. Trabalho hoje para uma empresa que possui 50% de capital russo e 50% de capital inglês, e possui operações em mais de 80 operadoras de telefonia móvel no mundo (sem contar as 4 que já opera aqui no Brasil). Sou Gerente Geral da América Latina e um dos meus trabalhos é captar conteúdos para vender nos locais "globalizados" que a I-Free Internacional tem penetração (como China, Rússia, Ucrânia, México, Inglaterra, Polônia, Índia, Cazaquistão, etc.). Um exemplo prático disso é: Neste exato momento enquanto escrevo este blog tem uma pessoa fazendo uma compra em Londrina e outra que vai receber por esta compra na China. Isso se dá pois temos jogos móveis feitos na China que são disponibilizados para usuários da operadora Sercomtel (que é uma operadora de Londrina). Quando um usuário da Sercomtel compra o jogo deste produtor de jogos chinês, a Sercomtel paga a I-Free Brasil e a I-Free China (liderada pela minha querida colega Jinxing) paga o fornecedor chinês, no tempo máximo de 2 dias após o pagamento confirmado aqui no Brasil. Isso se dá com tanta rapidez devido ao fato de não termos, necessariamente, que enviar capital para fora do país para fazer o pagamento. Nas transações monetárias internacionais efetuadas no mês subseqüentes acertamos os repasses entre as operações regionalizadas (quem tem de pagar e/ou receber). Portanto, muitas vezes o fornecedor é pago com um repasse que a operação (neste caso, da China) teria de nos enviar, mas usa para pagar o fornecedor local com nosso “caixa” na China.

A operação descrita ai em cima parece muito legal e excitante, e realmente é. Mas para ser “globalizado” não é tão simples quanto à operação acima.

Para uma empresa que usa comunicações on-line e vende produtos digitais, não existem muitas das barreiras tradicionais de uma empresa (produção, estoque, logística de entrega, etc.). Porém ela se depara com um desafio muito maior, que empresas genuinamente locais não possuem: o aspecto cultural (de novo voltamos a falar das características das pessoas como centro dos negócios).

Como é sabido, para uma empresa entrar em um mercado de forma planejada ela precisa fazer um grupo de análises estratégicas (como por exemplo, as Cinco Forçar Competitivas Básicas, de Michael E. Porter: barreiras de entrada, compradores, fornecedores, substitutos e concorrentes, barreiras de saída). Para fazer estas análises, um dos apectos que temos de levar em conta é o cultural, ou seja, comportamento de compra, hábitos de consumo, necessidades identificadas, cultura local, religião, etc.

Levando em conta que a maior parte das empresas surge de forma regionalizada, a cultural local nunca foi um aspecto de grande análise, pois, provavelmente, foi através da identificação de necessidade de consumo local que a empresa foi criada (um site para animais de estimação com foco em uma cidade, um serviço de delivery para um bairro específico que não tinha, um portal de balada para uma cidade onde há muitos jovens, etc.). Apesar de não haver uma análise formal dos aspectos culturais locais, se você entrevistar o fundador da empresa verá que um aspecto cultural foi o que o levou a criar sua empresa (ex: sempre que eu queria um produto tinha de sair para comprar e pensei: “Como seria bom se alguém o entregasse produtos à domicílio no meu bairro?” Assim foi criada a empresa de delivery, etc.)

Para ser global precisa entender a cultura de um local (de consumo, de compra, hábitos, etc.) e montar uma operação que busque suprir as necessidades identificadas. O resto é acidente de percurso (ex: O Orkut.com, que era uma tese de graduação do Orkut nos EUA, fez um tremendo sucesso no Brasil, mas o Brasil nunca foi seu alvo). Não adianta pensarmos nos casos de sucesso de vendas específicas. Temos que pensar nos casos de insucesso (como as empresas que quebraram pelo fato de terem aberto suas vendas online, no começo da Internet), e nos casos de sucesso que foram construídos para aquele fim (como os jogos chineses vendidos para os usuários da Sercomtel).

Os jogos chineses só foram disponibilizados para Londrina por que assim a Sercomtel aprovou (pois acreditava que teria aceitação no seu mercado local). Isso não é garantia que venda muito, mas é um ótimo começo (ter pessoas locais especializadas no mercado analisando produtos que podem ser vendidos). Disponibilizar o jogo no sistema é fácil e o pagamento é uma questão de repasse monetário internacional (um bom gerente de banco faz isso contigo), mas saber se o conteúdo vai ter penetração de vendas no mercado local é o que será vital para tudo. Saber se o produto tem absorção no mercado local responde um monte de perguntas importantes como: Vale à pena ter equipe local? Qual o tamanho da operação local que eu preciso ter? Será que este público me interessa (e meus produtos, à eles)?

No caso de produtos físicos, após fazer algumas análises sobre a cultura local, se existem custos para disponibilizar o produto, fazemos um teste piloto neste mercado (mensurar se ele realmente penetra no mercado). Tendo aceitação, estima-se o tamanho do mercado e faz-se o investimento necessário para que ele se estabeleça no mercado de vez (claro que este descritivo está de forma extremamente resumida).

Então, ter operações globalizadas não é apenas colocar um site no sistema do Correios.net (que é excelente, por sinal) e dizer que nós entregamos para todo o mundo em um piscar de olhos; ou pelo fato de termos pessoas de lugares distantes interessados nos nossos produtos dizermos que “somos globais” ou que isto é a globalização.

Projetos globais são objetivos mensuráveis; é estabelecer uma operação global (válida para o mundo), mas saber quais mercados atuar e penetrar de acordo com uma análise estratégica completa (que inclui a cultural) deste mercado-alvo. Isso por que o mundo sempre será plano, mas as pessoas (e culturas) não!